segunda-feira, 17 de agosto de 2009



Ao ver aquele pôr-do-sol, que apenas se pode assistir em Evoramonte, que tantas vezes disfrutámos juntos o Verão passado e ao fazer um breve feedback da minha ainda curta vida, cheguei à conclusão que te vou estar eternamente grata.
Olho para trás, e lembro-me de uma menina que morou a vida inteira num monte, e que com 18 anos decidiu ir estudar para Lisboa. E foi na faculdade que te conheci e que me perdi de amores por ti. Entretanto a minha vida deu uma grande cambalhota e tive de deixar de estudar, primeiro porque o curso que escolhi revelou-se numa verdadeira desilusão e depois porque infelizmente o dinheiro não estica. Ponderei voltar para aquele Alentejo imenso que me viu crescer, mas não queria que a minha vida fosse igual à de toda a gente que nunca de lá saiu. E agora sim reconheço, que acima de tudo, fiquei em Lisboa por tua causa, porque acreditei com todas as minhas forças num amor que um dia senti. Deixa-me agradecer-te todas as histórias de fadas e duendes em florestas encantadas. Essas tantas histórias que me contaste foram no fundo o depósito da minha fé e foram fonte da força que me fizeram lutar e fazer pela vidinha. Nunca tive nada contigo, e só eu é que sei o que penei por gostar tanto de ti e por acreditar com tanta força nos meus sonhos e fantasias. Mas sei que podias ter evitado algum mau estar na minha pessoa. Mas o passado é isso mesmo. Passou.
E hoje ao olhar para trás, e tendo em conta que esse "trás" se refere apenas ao evoluir da minha vida desde o Verão passado, fico contente.
Não tenho o trabalho que queria. Mas tenho um trabalho. E o ramo até é giro e já me fez conhecer pessoas que espero poder ter sempre presentes na minha vida, assim como também já conheci pessoas, com quem já não falo, não por me terem arranjado problemas concretamente, mas eu é que não papo hipocrisias.
Não tenho uma casa XPTO, mas tenho o meu espaço, as minhas coisinhas e consigo pagar tudo a horas e pago tudo com o meu esforço.
Ao principio vivi a revolta de trabalhar que nem um cão, e via os meus amigos com grandes mesadas, na faculdade, nas borgas... Hoje tenho orgulho em ser completamente independente com 20 anos.
Sim, tive momentos muito complicados, de comer canja de pacote durante uma semana sempre que tinha fome porque era o que havia. Não tenho vergonha disso. Muito pelo contrário, orgulho-me de em tão pouco tempo ter transformado a minha vida, em algo melhor. Não tenho a melhor vida do mundo, mas sou tão feliz à minha maneira!
Não me deixei ir abaixo e agarrei as oportunidades que tive com unhas e dentes e hoje sei que os meus pais já não olham para mim com aquele ar preocupado. Sei que a melhor forma de os ajudar foi de facto mostrar que consigo fazer pela vida e que me orgulho disso, mesmo que às vezes tenha os meus ataques de choro, e de raiva, mas esses... esses todos os têm.
Tenho prioridades completamente diferentes e passei a dar importancia a outros principios, outro valores.
Por tudo isto Muito Obrigada. Obrigada por me teres tornado mulher, ainda verde, mas mulher.

3 comentários:

  1. Estou há precisamente 5 minutos em frente ao ecran para tentar comentar... tá dificil... as palavras parecem pouco. Emocionaste-me (such a gay thing to say i know), mas é verdade, emocionaste-me...

    A ti mulher, verde, mas mulher, o meu olhar de admiração e um abraço, virtual, mas sentido abraço.

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  2. è assim que nascem as grandes mulheres ... como tu .. parabens
    .. beijos

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  3. Isto só me lembra que todas as pessoas que passam 'pla nossa vida nos são especiais, umas mais outras menos, nos são importantes, e nos fazem crescer.
    Gostei tanto de lêr este texto sobre ti! Fiquei a saber um pouco mais do pomar da cereja!

    Um beijinho vindo de um sol que quase mata! (Isto hoje tá que não se pode!)

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