quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A saudade apertou e pé ante pé fui ter contigo.

Dormias.

Levantei delicadamente a coberta e o lençol, para que não acordasses, e deixei-me escorregar pelo teu corpo.

A pouca claridade que entrava pela janela, era a suficiente para distinguir o padrão listado da coberta e cada detalhe do teu corpo.

Aninhei-me em ti e deixei-me embalar pelo teu respirar e também pelo bater do teu coração.

E fiquei ali, junto a ti até amanhecer.

E quando o dia começou a despertar, saí com o mesmo cuidado com que entrei, e voei.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Espelho mágico...

...espelho meu...

Quando tinha uns 7/8 anos, vivi uma experiência com um espelho, que me fez ganhar uma certa vontade de ficar bem longe deles.

Na minha casa, onde moro com 4 amigas, fizemos um sorteio para atribuir os quartos.

Calhou-me o quarto maior, mas com um pequeno grande detalhe: uma parede de espelhos (bem, na verdade é um armário que ocupa a parede toda, e as portas são espelhadas).

Ao inicio fazia-me um bocado de impressão, mas o quarto é grande, e está decorado a meu gosto e comecei a tentar entender o espelho, como algo do qual eu queria tirar proveito também.

Agora não só é engraçado nalgumas situações que não mencionar aqui (ahaha), como também me ajudou a "redescobrir" o meu guarda-roupa, a corrigir a postura por me ver mais vezes, a ginasticar e a dançar melhor.

Sim, é verdade, perco horas à frente ao meu espelho e estou-me nas tintas para o resto.

A viatura



No passado domingo a minha querida familia, organizou muito bem a surpresa de me oferecerem um carro.

A emoção que senti foi tanta, que nem sabia se o queria, se alguma vez iria conseguir conduzi-lo.

Mas graças à força que a familia e o Principe me deram, ontem lá o fui buscar.

Segui o Principe que ia no seu bólide à minha frente e lá consegui chegar a casa.

Pelo caminho o medo não desapareceu, mas pelo menos diminuiu.

Liguei o rádio e foi bom sentir o "meu carro".

Sem aspas.

É mesmo o meu carro.

E embora o percurso até aqui nem sempre tenha sido fácil, é bom ver a vida a acontecendo a seu tempo, e parece que a pouco e pouco a estrutura começa a ganhar forma.

E comoveu-me o esforço da familia para me proporcionarem esta surpresa.

Aos meus pais, manas e ao Principe, o meu muito obrigada :).

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Sentir-te no Outono...

Que adoro sentir-te já não é novidade.
Mas, nem sempre te senti em todas as estações.
E ontem provei-te no Outono.
E foi curioso, sentir o teu nariz frio.
E fiquei espantada comigo mesma, por ter reparado num detalhe tão simples.
Mas eu sou mesmo assim, vivo de coisas pequenas sem preço.
Nunca te havia tido no Outono.
E já que ainda há tanto por descobrir, dás-me a conhecer o teu Inverno, e também a tua Primavera?

Não tenho pressa


Não tenho pressa. Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não; não sei ter pressa.
Se estendo o braço, chego exactamente aonde o meu braço chega -
Nem um centímetro mais longe.
Toco só onde toco, não aonde penso.
Só me posso sentar aonde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
E vivemos vadios da nossa realidade.
E estamos sempre fora dela porque estamos aqui.

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"

terça-feira, 18 de outubro de 2011



Ele marcou o compasso,

e Ela dança.

Ele envolve-a numa melodia sem fim,

e Ela dança e sorri,

sem conseguir parar.

Ela sente-se como se Ele a fizesse voar,

e dança só mais um bocadinho.

Ele abraça a silhueta dela,

e Ela continua a eterna dança,

Dança mil fantasias e todas as cores do arco-íris.


Porque enquanto Ela O sentir assim,

vai dançar para sempre.

[para Ele]

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

quinta-feira, 6 de outubro de 2011



Cada vez que sorris,

vejo o amanhecer da Primavera em ti e em mim.

Um desassossego,

que me aconchega a alma.

Quero amar-te de cada vez que uma flor brotar,

e regar o teu caminho de pétalas,

em cada tarde demorada que oscilar.

terça-feira, 4 de outubro de 2011



É à noite,
é quase sempre à noite,
Quando o sono irriga cada músculo,
Que chega a mão da saudade,
E remexe a mente e o corpo adormecido.

É à noite,
é quase sempre à noite,
Quando as memórias agasalham o vazio do tempo,
Que a saudade chega sem pedir licença,
E sem vergonha fica até de manhã.

É à noite,
é quase sempre à noite,
Quando o abraço faz mais falta que nunca,
Que aquele toldo espesso cai
e me desarma.

Cavalheirismo

Desde que me lembro de mim, que tenho uma melhor amiga e dois melhores amigos.

A eles juntaram-se outras duas amigas e outros dois amigos.

Melhores, o tanas, são os verdadeiros amigos. O resto são conhecidos.

Mas não é por ai que quero ir.

Tive a sorte de desde pequenina ser mimada pelo cavalheirismo dos meus amigos rapazes.

Lembro do T. e do J. com seis aninhos a segurarem a porta para as meninas passarem.

Também me lembro de não deixarem as meninas executar as tarefas mais duras.

O meu pai também é assim, se bem que agora nem tanto, mas deve-se à idade e à pouca facilidade que tem em mover-se.

Mas adiante...

Hoje faz-me confusão quando entro para algum lado e sou albarroada por um homem, que não me deu "prioridade" só porque me esqueci que nem todos os homens são cavalheiros.

Talvez esteja mal habituada.

Não que o cavalheirismo para mim seja um dado adquirido, nem tão pouco quero dizer que as tarefas pesadas devem ser todas para os homens.

Mas não posso deixar de referir que os homens que tratam as mulheres como princesas, só podem ter sido educados por uma rainha.

Filhos


Por vezes faz-me confusao quando a malta da minha idade e sem trabalho diz que quer ter filhos em breve.
Mas será que sou das poucas que achas que ter um filho é uma decisão que deve ser tomada com o máximo de consciência e amor?
“Tudo se cria!”; “Depois arranja-se uma solução”; “Seja o que Deus quiser”; “O que interessa é que venha com saúde”.... Hello?!
Não que seja apologista de que as crianças tenham tudo, para mim as coisas mais importantes nem sequer estão à venda, mas há aquelas coisas essenciais que não podem faltar. E os pais vão fazer o quê? Continuar a viver dos avós?
Os avós de hoje em dia são mais novos, e trabalham nao podem tomar conta das crianças.
Logo há que suportar um infantário ou uma ama. E também é preciso roupa, calçado, farmácia ente muitas outras coisas Viver com a corda no pescoço não traz saúde a ninguém. Então resta endividarem-se?
Acidentes acontecem, mas ainda assim acho que nos dias que correm o “acidente” já não é desculpa.
Não quero tirar o mérito a quem com pouco trouxe filhotes ao mundo, e fizeram das tripas coração para que nada lhes faltasse.
Mas se pudermos criar as condições necessárias ao bem-estar dos pequenotes, antes que eles existam, tanto melhor.
Quero mesmo muito ser mãe, a sério, e acho que as crianças são de facto os seres mais luminosos do planeta, mas vá lá pessoal.... vamos ter um bocadinho mais de consciência e tornar o mundo no sitio bem mais bonito e confortável para as nossas crianças.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011



Já não é novidade, que para mim a simplicade é truque, e que me contento com os poucos floreados dos momentos que mais felizes me fazem.

Hoje posso dizer, que estender roupa é bem mais fácil quanto tenho meu amor a tocar e a cantar para mim.

Sinto-me feliz, nada me falta, e dou graças todos os dias por te ter a meu lado.