terça-feira, 26 de julho de 2011



Na noite passada ao deitar-me, quando agarrei na almofada, senti o cheiro de algo entre o teu perfume, o teu champô e o teu cheiro.

Confortou-me o coração e deu-me vontade de ter ali comigo.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Matar saudades

Hoje perdida no livro, dei por mim a ver fotografias tuas e dos teus.
Não o fiz de propósito. apenas lá fui parar já nem sei como.
E ri-me com algumas das fotografias que fui encontrando.
Não me ri de ti, ri-me sim dos totós que nós somos.
Porque olho para ti, e não esquecendo muitas coisas, ainda me fazes sorrir, como sempre fizeste.
Sorrio com o pensamento de que "foi melhor assim" (não caros leitores, não estou a falar de nenhum ex).
Digamos que aprendi a gostar de ti de uma forma mais temperada.
E tenho muita pena que tivesse havido tamanho corte na comunicação.
Ah! Quase me esquecia. Obrigada pelo teu beijinho.
Foi sereno ver-te, mesmo que te tenha visto só no livro.
Convidem-me outra vez e eu vou.
Vou naquela condição que escolhi para mim.

Não sou feminista mas...

...trabalho no ramo do shipping.
A primeira pessoa que conheci quando entrei para aquele sitio, tornou-se num dos meus mestres.
Foi ele quem me ensinou quase tudo o que sei sobre a área.
E mais que um mestre, colega, amigo, tornou-se um dos melhores amigos mesmo.
Trabalha num sector muito ligado ao mármore, esse recurso lá das minha origens.
Sendo eu apaixonada pelas minhas origens, às vezes, quando pensava numa futura promoção (inicialmente era recepcionista), achava que trabalhar com essas gentes, e com esse meu mestre, seria um "projecto" altamente interessante, para começar a "ganhar" o tão famoso neste ramo, bichinho do shipping.
Estive dois anos na recepção e sobretudo na fase final adorava o que fazia, porque falava com imensa gente, e das muitas chamadas que recebidas, poucas eram as que eu não sabia quem estava do outro lado.
Fui convidada a ir-me embora um dia, devido ao excesso de pessoal, mas tendo havido uma desistência nem cheguei a sair.
Passaram-se uns tempos e o meu patrão chamou-me. Pensei que fosse para me ir embora de vez.
Levantei-me e descontraída entrei no gabinete.
Propôs-me uma promoção: ir para o sector da exportação, no transitário do grupo.
Assim de repente tinha-me uma oportunidade para fazer aquilo que quis desde sempre, e ao lado do meu mestre.
Ao inicio foi horrível. É muita informação em muito pouco tempo. E durante os primeiros tempos, em que precisava de estar concentradissima, tive de ensinar o trabalho da recepção, três vezes a três pessoas diferentes.
Afinal os homens das pedreiras não eram assim tão fascinantes e comecei a achar que nunca seria capaz de assumir aquele serviço. A maioria das pessoas é mal formada, exigente e não percebe nada daquilo que está a fazer. Para ajudar, comecei a desatinar com o mestre também. Porquê? Porque tinha medo de falar com ele, de lhe dizer que estava a apanhar morcegos.
Outro amigo dele foi impecável nesse aspecto. Noutros também, mas sobretudo nesse. Deu-me tanto na cabeça, que aquando do almoço de Natal da empresa, acabei por conseguir falar com o meu mestre e trabalhar passou a ser QUASE uma delicia. Obrigada Rodrigo.
Entretanto comecei a fazer importação também, se bem que acho a exportação mais aliciante. Porquê? Não sei. Dizem que as pessoas do ramo dos transportes apaixonam-se pelo primeiro oficio que exercem.
O mestre foi de férias, e hoje foi o meu primeiro dia sozinha com a carga toda.
E foi brutal! Super stressante, não é fácil fazer mil coisas ao mesmo tempo, sempre a ver letras e números e ter de atender uns não sei quantos telefonemas pelo meio.
Mas não foi assim tão complicado como eu esperava, talvez ainda seja cedo para o dizer, pois este foi só o primeiro dia das 3 semanas em que vou estar sozinha.
Aprendi a lidar com os broncos, com os clientes, com os fornecedores... com os colegas (verdade seja dita que às vezes estes são os mais difíceis de aturar, quando para mim o normal seria o contrário).
Aprendi a lidar com o stress, com a pressão, com a minha falta de auto-confiança e com a minha insegurança.
Aprendi a gerir o tempo e as prioridades.
Ganhei tomates.
Sim, porque ao inicio cheguei a acreditar que não seria capaz de trabalhar com os homens do calhau. pelo simples facto de ser mulher.
Mas graças ao grande mestre que me obrigou a nunca duvidar das minhas capacidades, hoje posso dizer que já vou percebendo da coisa.
Tenho muito, mas muito ainda que aprender.
É chato acordar cedo e ter de trabalhar, mas fui-me apaixonando por aquilo que faço.
Mas é tão giro vestir um vestidinho e ir lá para a minha sala cheia de homens, trabalhar só com homens, só falar de coisas de homens (calhaus, carros, camiões, futebol) e saber que me aguento à bomboca sendo uma mulher!
Faz umas festinhas ao ego... tenho que dizer que sim :).

domingo, 24 de julho de 2011

Dia de amor


Hoje o dia foi dedicado ao amor.

Um dia inteiro de amor, e mais amor.

Quanto mais te provo, mais te quero.

Quanto mais amor fazemos, mais amor quero e mais te quero dentro de mim.

A cabeça anda à roda e o corpo suado, cansado treme.

As ideias atropelam-se umas às outras, e todas me passam pela cabeça.

Gemo-te ao ouvido o quanto gosto de ti.

Passas-me a mão pela barriga, olhas para mim e sorris.

Respondo-te com um sorriso que acaba numa gargalhada.

Se eu gostava?

Claro que sim, por tudo e mais alguma coisa.

Não agora, mas a médio curto prazo.

Não tenho problemas em admiti-lo.

Respiro-te...

Desejo ali mais que nunca e tento fundir-me em ti.

Bom dia

Dez horas de sono seguidas.
Uma taça de Nestum.
Um café.
Um cigarro.
A casa só para mim.
Et je vois la vie en rose.

O meu anjo da guarda

Sim, eu tenho um anjo da guarda.
Como lhe disse, se os anjos da guarda existem na mesma dimensão que nós, então ele foi o nomeado para tomar conta de mim.
Apesar de todas as histórias com que me tentaram envenenar, nunca por segundo algum duvidei de ti, mesmo aquando nos nossos pequenos conflitos, quase inexistentes, coisas normais.
Graças a Deus que não sou influenciável.
Sem ti, seria impossível estar onde estou da forma como estou.
Para ti, se o leres, poderá parecer-te repetitivo da minha parte.
Mas tenho de te dizer que te estou extremamente grata, a sério.
Do fundo do meu coração o meu muito obrigada.
Tens sido, sem margem para dúvidas, um pilar importantíssimo.
Tens sido tudo!
Eu já te tinha em boa conta, mas este último ano fez com que a minha admiração por ti triplicasse.
E nestas ultimas semanas sobretudo...
Não estar contigo passou a ser estranho.
Quando me acontecem coisas insólitas, tinha o hábito de ligar sempre às mesmas duas pessoas para partilhar. Agora são três e o terceiro és tu, que te tornaste mais presente, que outros dois, não os menosprezando, mas porque as circunstâncias da vida, só permitem que assim o seja.
Acredita que se existissem mais anjos como tu, o mundo seria bem mais bonito, melhor e sobretudo mais justo.
Que a vida te sorria sempre, e que de vá dando sempre aquelas pequenas coisas que te fazem feliz.
Um Homem para ser grande, não precisa de ambicionar em grande.
És um rapaz cortês, bonito, honesto, sincero, bem disposto, quase sempre bem disposto apesar de tudo, resumindo e como diria a nossa amiga Lena: "Ele é muito bom moço."
Tens bom coração, e isso nos tempos que correm (em que as multidões se atropelam acreditando que tudo o que precisamos para sermos felizes, passa por coisas materiais) é um grande virtude.
E como tal tu não és só mais um.
Marcas a diferença, pelo menos aos meus olhos.
É um privilégio ter-te na minha vida e é com amizade e amor que aqui me despeço, por hoje :), gosto muitão de ti.

sábado, 23 de julho de 2011

A diferença entre mim e um louco, é que eu não sou louca.

A verdade é que nunca joguei com o baralho todo.
Mas também é verdade que nem sempre fui quem sou, com medo do que os outros pudessem pensar.
Ou melhor nem sempre me dei a conhecer por completo.
A parte que mostrava, faz efectivamente parte de mim, mas não mostrava tudo.
Agora não me importa.
Tenho determinados valores e princípios incutidos, e é isso que essencialmente me faz ser quem sou.
Porque faço a minha vida em função dessas linhas que considero essenciais.
E tenho os meus momentos de loucura.
E gosto de vivê-los quando sinto que valem a pena.
Tenho uma imensa sede de vida.
Não quero com isto dizer que tenho pressa de viver... nada disso!
Mas adoro viver.
E quando vivo bons momento tento aproveitá-los, sugando-os até ao tutano.
Porque se assim não for, será que valerá a pena?
Arrependo-me.
Às vezes arrependo-me, claro que sim.
Mas prefiro mil vezes arrepender-me de uma loucura feita, que de uma loucura que deixei por viver.
Na maioria dos casos, digo tudo aquilo penso, da forma mais educada e delicada que encontrar (isto também não é o melhor, pois com determinadas pessoas acabam por se gerar desentendimentos constantes e o que me leva a concluir que expressar a minha opinião também pode ser um problema de comunicação).
Não faço fretes, nem aceito convites para parecer bem.
Faço aquilo que quero, dentro da medida do possível e posso dizer que sou feliz.
Consigo viver diversas emoções ao mesmo tempo, o que às vezes faz com que eu sinta que não sei o que fazer comigo mesma.
Mas afinal não é isto que levamos na bagagem, quando começamos aquela viagem, que sabemos que todos iremos fazer, desde o momento em que se nasce?
Às vezes é lixado, quando nos pedem para fazermos algo que não nos irá deixar muito à vontade, mas fazemo-lo na mesma, quando nos é perguntado com amor.
Neste momento da minha vida confesso-vos que vivo uma fase bastante feliz até, apesar de ao mesmo tempo sentir que estou a pagar pelo que fiz menos bem no passado.
Mas a vida é assim mesmo, e eu adoro a minha!
Sou louca?
Sou (não oficialmente claro)!
É assim que a vida acontece.
O truque é o seguinte: não nos preocuparmos com o que a vida poderá ou não ser.
Enquanto nos preocuparmos com isso, não vivemos.
Portanto, libertem a loucura que existe dentro de vós.
De génio e de louco, todos temos um pouco e viver sem loucura não tem pica.
Queria abrir a porta o quanto antes.
Não estava bem, só queria desaparecer.
Quando finalmente a chave rodou, entrei, fechei a porta e subi as escadas lentamente, sentindo o nó na garganta a aumentar consideravelmente.
Entrei no quarto, deixei-me cair em cima da cama e chorei como se não houvesse amanhã.
Chorei por tudo, chorei por todas as vezes que não pude chorar.
E quando as lágrimas secaram, saí do quarto.
Desci até à cozinha, bebi um copo de água, acendi um cigarro e fui tratar do jardim.
Ainda não percebi muito bem porque chorei tanto, mas sei que depois de chorar, senti no peito um alivio imenso.
Digamos que arrumei aquele sitio, ficou o que podia ser guardado, guardei aquilo que não queria perder, e tudo o resto foi-se com as lágrimas.


sexta-feira, 22 de julho de 2011

Lista de afazeres para as próximas 3 semanas



Que coisa estranha é esta, tão assustadora, que me faz sentir tão bem?

quinta-feira, 21 de julho de 2011



Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.

Sophia de Mello Breyner Andresen



quarta-feira, 20 de julho de 2011

Casamento



Hoje meditei sobre o casamento.

Pode parecer-vos esquisito, mas ainda só assisti a três enlaces.

Isto de sermos quatro filhas, não ajudou a que tivessemos a oportunidade de assistir a muitos casamentos. Ou iam só os nossos pais, ou simplesmente não íamos.

O primeiro casamento a que fui, foi o da nossa empregada (nos tempos em que tinhamos posses para nos darmos a tal luxo), e nós (filhas) apenas fomos a cerimónia religiosa. Os outros dois foram os das minhas irmãs mais velhas, a estes não tinhamos como faltar :).

Hoje em dia, de tempos a tempos lá penso no meu, e acho que tal pensamento deve estar relacionado com a evolução que tenho vindo a sentir em mim, enquanto pessoa, enquanto mulher, e certamente também ligado ao facto de sentir o instinto maternal a despertar, cheio de força.

No entanto o meu conceito de casamento passa por algo transcendental, que se sente, que se vive, sem papel nem aliança, porque na minha perpectiva, não é o papel nem a aliança, que nos faz gostar mais ou menos de alguém. Casamento para mim é algo transcendental, que se vive e que se sente.

Mas se vier algo mais tradicional, desde que me faça feliz, e que eu também tenha a capacidade de fazer feliz quem estiver a meu lado, que assim o seja.

Mas quando redobro a minha atenção sobre este assunto, sim imagino uma pequena cerimónia, num sitio qualquer, cheio de paz e misticismo . Com aqueles que nos são mais próximos (de mim e do noivo ainda desconhecido, penso eu de que...) para que todos juntos celebremos o amor e a amizade, que são as únicas coisas que levamos da nossa vida, acho eu que vivo de afectos.

Quando era menina dos meus seis anos imaginava UM casamento daqueles.

Hoje vou-me divertindo a imaginar O casamento. Não só o dia em que tudo se torna "oficial", mas o casamento propriamente dito. O dia a dia, determinadas rotinas, e a para quebrar as coisas a falta delas, de tempos a tempos... Depois um filho, a seguir um segundo e quiçá um terceiro... Cultivar neles, o melhor de nós, da melhor maneira que nos for possível. Envelhecer em familia, ver os filhos e os netos a trilharem as suas metas e objectivos e ter o prazer de os ver concretizar essas aspirações. Envelhecer ao lado de alguém que me faça ter aquele brilho no olhar para sempre, eternos companheiros. Chegar o suficientemente longe no tempo, para que de mão dada possamos olhar para trás, e ao sorrir, depararmo-nos com uma vida cheia que juntos construímos e deliciarmo-nos com aquelas que juntos ajudámos a iniciar. Olhar para trás e sentir o peito cheio do melhor que podemos sentir: amor.

terça-feira, 19 de julho de 2011


"(...) And the rain, to quietly pass me by (...)"

segunda-feira, 18 de julho de 2011



[acho que] Hoje aprendi que de facto existem mesmo coisas que nos fazem tremer para sempre.

Mesmo quando determinados caminhos deixam de se cruzar, por este ou aquele motivo, por mais idiota, ou mais sério que seja... Há coisas que nos marcam para sempre.

São essas marcas, essas cicatrizes, que nos acompanharão para sempre, que fazem de nós quem somos, e das quais nos lembramos com frequência, como pequenas lições.

Estou certa de que há momentos que ficam gravados no nosso coração e na nossa mente para sempre, sobretudo os bons momentos, porque os maus, a minha memória encarrega-se de os esquecer, e o coração acaba por perdoá-los.

Irei recordar para sempre de certos momentos, com o mesmo sabor de quando os vivi.

Nunca te o escondi: vivo de afectos e emoções.

Instinto Maternal




Caros leitores: sinto o meu instinto maternal mais activo que nunca (já quase a tocar a locura).

Acho que o meu relógio biológico deu sinal de si.

Desde sempre que desejei ter uma casa cheia.

Com 6 anos dizia à minha mãe que queria ter 5 filhos (ainda não tinha conhecimentos financeiros).

Aos 12 percebi que para ter 5 filhos, tinha de ter um carro com 7 lugares no mínimo.

Então decidi ter 3 filhos

Aos 13, apareceu-me aquela coisa que assusta as meninas, e ao contar o que tinha acontecido em pânico à minha mãe, ela sorriu e ao fazer-me festinha na cara disse-me:

"Agora já podes ser Mamã, tem cuidado!"

Aos 14 achava que com os 22 que agora tenho, já ia ter pelo menos o primeiro filho concebido.

Hoje tenho 22 anos, não tenho filhos nascidos nem concebidos, nem pai para os meninos.

Também não tenho reunidas as condições que penso serem as necessárias para o efeito.

Mas tenho algumas, as outras passam por uma questão de redifinição de prioridades.

Mas a vontade ser mãe é alucinante.

Para ajudar à festa, só vejo grávidas lindas na praia, o meu ginecologista pergunta-me aquando de cada consulta se tenho projecto, e agora é moda receber, dia sim dia não, as boas novas de quem vem aí mais um "sobrinho".



Resta-me contentar-me com a minha "familia" imaginária, enquanto o resto vai abrindo sozinho o seu caminho, e devagar ganhando forma e cor.




Para sempre...

quinta-feira, 14 de julho de 2011



Sabemos que nada do que te possam dizer te vai fazer sentir melhor, ou te vai apagar a dor que agora te consome a alma.
Tiraram-te o teu amor. Da forma mais cruel, crua, dura. De repente. Não houve um aviso prévio. Nem tão pouco te conseguiste despedir. Esperava-lo agora para lhe dares a conhecer as tuas origens a tua familia. Mas ele partiu. Restam as memórias.
Nada faz sentido, nem para nós, muito menos para ti.
Não consigo sequer calcular a tua dor.
Apesar de tudo isto tens de ser forte minha amiga. E nós cá estaremos para te ajudar nesta, batalha, revolta, nada fácil.
Dizes que o sentes perto de ti, que todas as noites te faz companhia.
Não duvido.
Assistimos à evolução do vosso amor. Falavamos em casamento, nos vossos filhos.
Fizemos de tudo, aquando dos vossos desentendimentos, para que o vossso amor triunfasse, e triunfou. Aquelas madrugadas, em que ele nos visitava com ramos de flores imensas, para te ver sorrir. Tu foste a senhora dele. Ele o teu cigano.
E serão os dois, pelo menos aos meus olhos, uma das mais bonitas histórias de amor a que tive a oportunidade de assistir. Sempre juntos. E assim continuarão.
Agarra-te a essas recordações. Conhecia-lo tão bem... Conhecia-lo verdadeiramente.
Ignora todas as histórias, todas as noticias, todos os boatos.
Nunca irás encontrar uma explicação lógica. Infelizmente há factos que não tem nenhum porquê que faça sentido.
Promete-me que por ele, vais fazer um esforço e tentar andar com a tua vida para a frente.
Um dia de cada vez, um momento de cada vez.
Estaremos sempre por perto para te abraçar, para te ouvir.
Ele que descanse em paz enquanto te espera.
Estou certa de que a sua preocupação por ti, ficará para sempre, e olhará todos os dias por ti.

quarta-feira, 13 de julho de 2011


Um lugar no tempo. Uma manhã. Esponjar-me numa cama grande, enquanto a brisa fresca da manhã entra pela janela e serenamente abraça-me.


Um cheiro. Aqueles perfumes, que quando se cruzam comigo me fazem olhar para trás. O nosso. Terra molhada.

Um momento. Muitos mais que um. O por do sol. A madrugada. O recolher de um dia de praia. O Natal. Todos os dias Natal. Aproveitar cada dia ao máximo. Sorrir, chorar quando assim tiver que ser, nunca desistir e sempre, sempre sentir. Partilhar acima de tudo, uma troca de favores do coração.

Uma dor. A saudade. Esse veneno sazonal, inesperado, intemporal. Sempre a saudade. A saudade do que poderia ter sido "se" "se" "se". Que SE dane. Nada resolve a saudade. Julga-se que o melhor remédio é esquecer (claro que é, dá pouco trabalho). Mas não, na verdade o importante é mesmo ter a capacidade de perdoar.

Um sentimento. Amor. E ainda mais amor.

Uma cor. Cor de laranja. Branco e lilás. Cereja, lábios cor de cereja. Moreno. Dourado. Cor de fogo.

Uma parte. Partes felizes. As costas. O jardim. As mãos e os braços. Toda a parte. A melhor parte. A parte final.

Um sabor. Chocolate. Mousse de manga. Café. Romã. Vinho. Senhor traga-me vinho!

Uma textura. Cereais secos, soltos, em sacas em mercearias castiças. Adoro mergulhar a mão nessas sacas, e discretamente sentir todos aqueles pequenos grãos rolarem entre os dedos. Superfícies exageradamente lisas. Casca de árvore. Fruta. Uma barba por fazer. Pele bem hidratada. Bolas de Natal. As de vidro então são demais.

Um lugar. Ao sol. Praia. Campo. Acolhedor. Com cores quentes. Um quarto, numa torre em ruínas, num deserto sem fim. A serra. Há quem lhe chame o pulmão da cidade. A serra no último dia do ano. A serra e ele. E ele comigo, na serra. Recordo-me da luz e das sombras da sua cara. E era o final de um ano. E foi a aproximação do final da canção.

Um desejo. Uma vida serena e feliz. Talvez uma casa modesta no campo. Uma pequena família, um grande amor. Dois, três filhotes... quem sabe. Uma boa mãe, boa esposa. Um pai presente, dedicado, amor. Um projecto original inovador. Tempo. Que os dias se tornem maiores e a vida ganhe tempo. Uma velhice serena, lúcida, num paraíso qualquer da paz, acompanhada. Uma velhice de barriga cheia de vida, momentos, sentimentos, boas recordações.

Uma música. Tantas músicas e cada uma delas associada a determinado tempo, cheiro, momento, dor, cor, parte, sabor, textura e lugar.

Desejo.

segunda-feira, 11 de julho de 2011



Sempre fui muito ansiosa com tudo na minha vida, e por vezes criar demasiada expectativa em relação às coisas acaba por ser o meu erro.
Mas desta vez foi diferente.
Só vos posso dizer que este fim-de-semana superou em muito as minhas expectativas. Foi um fim de semana brutal, que me pareceu ter no minimo uns cinco dias.
Foi super produtivo, super divertido, resumindo e concluindo um super fim-de-semana.
A todos os que contribuiram para tal, o meu muito obrigada.
Foi um prazer poder contar com a vossa companhia e boa disposição.

quarta-feira, 6 de julho de 2011



Não há nada que me dê mais prazer que receber os meus amigos (quer dizer... há coisas que me dão quase o mesmo prazer, mas não as posso revelar aqui ahahah).
E este fim de semana vou receber amigos na casa onde cresci, aquele monte alentejano onde morei 18 anos. E embora já more em Lisboa há alguns anos, o Alentejo continua a ser a minha casa. Conheço-lhe as cores, os cheiros, as árvores, os carreiros, a estradas de terra batida, como a palma da minha mão.
E sim, sonho em voltar definitivamente à terra que me viu nascer. Porque filhos meus, se tudo correr bem, irão ter o mais perto que eu conseguir do meu crescimento. Porque lá há mais tempo e o ar é mais puro, e as pessoas são mais honestas e sinceras.

Mas voltando à ideia inicial deste post. Vou levar dois amigos muito especiais para o monte. Algo que eu há muito queria, e escolheu-se este fim de semana, dado que estão reunidas todas as condições: disponibilidade, dinheiro, calor, Juvemoz (sim pela primeira vez na história da minha vida vou ver Xutos & Pontapés).

Estou entusiasmada, é verdade! Mais que ir à terra com os amigos vai ser uma “reunião” da familia que sempre foi familia, e da “familia” que pude escolher. E poder partilhar com esta “familia” os meus recantos, a terra que me viu crescer , uma apanha de amoras, ou figos, num final de tarde alaranjado, fruto daquele sol imenso e da poeira... Vai ser bom.

E visto que tive de passar as férias que tinha em Agosto para o mês de Setembro, para mim vai ser uma espécie de compensação e o mais perto que posso ter da chamadas férias, de momento.

Espero que se divirtam, descansem e que sobretudo gostem deste mimo que nada é ao pé daquilo que fazem por mim.
Entendam este fim de semana como um “agradecimento” pelos amigos que têm sido, embora todos nós saibamos que a amizade não se agradece, mas temos que ser uns para os outros e eu acredito na história do Banco dos Favores... sendo que a palavra que gostava de utilizar não seja bem “Favores”. Acredito que para o mundo funcionar mais ou menos bem, tem que se ter o equilibrio como base, nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Vai ser diferente e espero que bom para todos.


Ontem foi um dia bom.
Há muito tempo que não tinha um dia inteiro bom.
Ultimamente os momentos bons têm vindo a ser intercalados com momentos menos bons.
E ontem, o dia foi todo ele bom.
Chegar a casa ao final do dia, sentar-me no cadeirão, descalçar-me, acender um cigarro, e fazer o feedback mental do dia, deixou-me satisfeita, porque o resultado foi positivo.
Mesmo quando é preciso fazer coisas das quais não gostamos, quando as fazemos com boa disposição, tornam-se mais fáceis de levar e de fazer.
Nada é melhor que me deitar depois de um dia banal, igual a tantos outros, e sorrir devido a um estado de felicidade de origem desconhecida.
Há dias assim que sem terem nada de especial, são bons.
Será de facto a simplicidade o verdadeiro truque?

Às vezes penso determinadas coisas, em relaçao a determinadas pessoas, mas como me acho demasiado sonhadora e com uma imaginação bastante fértil, acabo por nunca revelar esses pensamentos.
Pensamentos esses que passam por afectos e emoções.
Sempre fui insegura e sempre tive medo de fracassar.
Hoje acredito mais em mim, e já vou reconhecendo o valor que tenho.
Mas o medo de fracassar continua presente.
E é esse medo de fracassar que às vezes que me tira a voz, quando penso em verbalizar as minhas emoções.
Acho que já houve momentos em que perdi determinadas oportunidades por causa deste meu medo de falar.
Mas ainda assim acredito que às vezes o outro adivinha o meu pensamento, e que nada preciso dizer para que se saiba aquilo que sinto, aquilo que desejo, aquilo que penso.
Mas quando caio na real, e me apercebo que o outro não tem a obrigaçao de adivinhar o meu pensamento, fico a pensar se às vezes não seria melhor falar, contar, perguntar.
Mas acabo sempre por ficar sozinha com aquilo que penso e não o partilho com ninguém.
Isto se calhar não faz sentido para quem me lê, mas não consigo ser mais clara.
Tenho momentos em que sou um novêlo de pensamentos, dúvidas, desejos e sonhos, cheio de laços, entrelaçamentos e nós, e ninguém dá por nada (ou não) porque eu simplesmente prefiro não falar sobre essas coisas complicadas.
Talvez seja porque não percebo muito bem essas coisas, regra geral só falo daquilo que sei e conheço.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Há dias em que me apetece escrever sobre tudo o que sinto e não sou capaz, porque consigo sentir muita coisa ao mesmo tempo, e depois baralho-me.

E começo por escrever umas palavras... depois leio e não gosto e como tal apago.

A inspiração para escrever é tanta, que acabo por me trocar toda e não saber por onde começar, sufoco e desisto.

A escrita secou.

Mas hoje apetecia-me escrever sobre o amor, essa coisa estranha que tanto me faz rir como chorar. Essa coisa irritante que chega sem avisar, e que parte com a mesma pressa com que apareceu.

Mas hoje não consigo escrever...

Estou com a sensação de que gastei as palavras e a inspiração, embora a vontade permaneça.
Mas há sempre um mestre, que por ter sido abençoado com o dom da escrita, escreve por ele e por todos nós.

Estou certa de que não sou a única a identificar-me com as sábias palavras de Miguel Esteves Cardoso, abaixo transcritas:



“Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo.
O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.
Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em “diálogo”. O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam “praticamente” apaixonadas.
Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do “tá bem, tudo bem”, tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso “dá lá um jeitinho sentimental”. Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.
O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A “vidinha” é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.
O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha – é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.”