segunda-feira, 13 de julho de 2009

Um problema nunca vem só

Já bastava teres saído uma vez mais cá de casa de trombas comigo quando afinal tu é que és a causa do problema por seres um comodista, um zé-ninguem à procura de sabe-se lá o quê, à espera que eu corra atrás de ti para sempre acreditanto que vais mudar, e que vais resolver tua vida.
Coitadito... Estás TÃO enganado!

Foi então que recebi a visita dum anjo, que me falou dum amigo meu.

Dum amigo, muito especial.
Dum amigo que eu achava que já tinha esquecido.
Dum amigo que eu julgava que já me tinha esquecido.
Mas esse amigo continua lá.



E a nossa magia não morreu. Muito pelo contrário, transformou-se num vulcão que eu achava que estava extinto e afinal, depois de ter ameceado há dois fins de semana que voltava, hoje entrou em actividade.
E hoje passados dois anos senti que esse tal vulcão ainda tem muito para expelir.
E de repente vejo-me entre o medo de magoar e o desejo de ser feliz.
E de repente vejo-me entre uma relação super complexa, em que não sei até que pode estás disposto a lutar por nós e entre o meu Mago Louro com alma de surfista, que me prometeu, olhos nos olhos, que a nossa história não acabou ali. E hoje senti pela primeira vez essas reticências.
Comecei a senti-las há dois fins de semana atrás. Mas acordei logo, acreditanto que tudo era fruto da minha fértil imaginação.
Mas aquela noite, marcou-nos aos dois, sem nos termos tocado, sem nos termos abraçado. E que vontade tive de a certa altura lhe pedir um abraço. Um só abraço.
Nessa noite uma tranquilidade inexplicável invadiu-me o peito e senti-me segura como nunca, talvez por te saber à distância de um corredor.
Envolveste-me na tua doce magia, falaste-me como quem beija. E ao olhar-te nos olhos, enquanto discretamente me mostravas o caminho, sentia o teu corpo no meu. Senti o teu cheiro. Que em nada mudou desde aquele noite em que me senti amada e desejada como nunca.
Em que pensei "és tu quem eu quero", "é isto que eu quero".
E lembrei-me de todas as vezes em que te imaginei de manhã levares o meu pequeno almoço à cama.
E lembrei dos jantares que imaginei.
E lembrei-me dos dias passados na praia que tanto desejei.
E lembrei-me de me teres dito num jantar sabe-se lá onde, sabe-se lá com quem: "Miúda tu não páras. Um dia ainda te levo comigo para casa." E lembrei-me de ter pensado: "Não o digas duas vezes."
E lembrei daquele ser que desejei ter gerado contigo.
E lembrei-me quando naquel quente dia de Agosto, enquanto carregava um gigante bolo de aniversário, ter visto o teu principe, e ter entrado em pânico por saber que estavas ali e esse pânico ainda se tornou mais profundo quando de repente ouço atrás de mim: "Já tinha perguntado ao Reguila por ti." Foi um milagre a minha sobrinha não ter ficado sem bolo.
E lembrei-me do gozo que o encanto que despertas em mim me dá.
E senti todos os castelos no ar a ganharem forma de novo. E senti que não foi por acaso que o destino nos cruzou. E senti que não foi por acaso que o destino (ou simplesmente a minha inocência) nos separou.
Acredito que nos separámos para que o destino nos desse um reencontro feliz. E não falta assim tanto para esse reencontro, para esse reacender da nossa história.
Tenho medo de mais uma vez estar a acreditar num sonho.
Tenho medo que tudo isto seja verdade e que a outra pessoa sofra. A última coisa que queria era magoá-la que por muitos defeitos que tenha, gosta de mim e eu dele, e só o quero ver feliz.
Tenho medo que leias isto e me digas que isto tudo é mentira.
Mas do que tenho mesmo medo é que isto de facto seja verdade e que tu leias isto e me confirmes essa verdade em que tanto acredito, essa verdade que puxa devagarinho um breve sorriso, essa verdade que pode ser a nossa felicidade.


"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise…
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história…
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma…
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida…
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos…
É saber falar de si mesmo…
É ter coragem para ouvir um "não"…
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta…
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa

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