terça-feira, 24 de maio de 2011

Novela


"Olá Papá!" - Disse-te eu, nesse dia. Como em todos os outros...
Desde que ele nasceu, que passou a ser assim.
Em dias de bom tempo, pego nele, e deito-o numa manta sobre a relva do jardim. Enquanto ele dorme a sesta, eu aproveito para escrever. Antes da hora do lanche, e enquanto ele não desperta completamente, vou alternando entre fazer o lanche e adiantar o jantar.
Depois de uma papa, e daquele nosso bocadinho de mimo e brincadeiras, passeamos pelo jardim e vamos-nos aproximando do portão.
O Papá está quase a chegar.
Ao longe começa-se a ouvir o barulho do carro. Está cada vez mais próximo.
O cão junta-se a nós, e sabendo quem lá vem abana a cauda freneticamente.
"Olha quem está a chegar, o Papá vem lá..." Digo-lhe eu. Ele também o sabe.
Olho para ele, dou-lhe um beijinho na bochecha e repito vezes para mim mesma "Meu querido filhote".
Admiro-o.
O meu filhote é sem dúvida a materialização dum grande amor.
Completamente rendida aos encantos do amor, volto a concentrar-me na estrada e sorrio para o Papá desde que ele sai do carro até que chega junto de nós e abraça-nos.
Cumprimenta-te a ti primeiro e depois a mim.
Aquele beijo de lábios carnudos, que tão bem contrastam com a pele morena, multiplica-me a energia, e apaixona-me dia após dia.
Dou-lhe um beijo no pescoço e respiro-o. Sorrio.
Digo-lhe o quanto gosto dele.
E sinto-me feliz.

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