terça-feira, 12 de maio de 2009

Verão 2007



Depois de ter conversado um pouquinho contigo, o banal de sempre: "tudo bem?"; "como está o teu pequeno"; "vais a Estremoz este fim de semana?"; etc, etc.... Pus-me a ver fotografias e encontrei a que ilustra este post.

Foi tirada em Setembro de 2007. No regresso das férias em Mil Fontes e depois da minha fuga (contigo) para Santo André naquele dia.

Hoje penso nisso sentindo-me serena. Já não entro em pânico e não se apuderam de mim sentimentos de arrependimento.

Em dois anos muito mudou na minha vida. Quando tudo isso aconteceu, ainda nem sabia para que falculdade ia entrar, hoje... já deixei a faculdade por motivos de ordem financeira, e trabalho num sitio, onde o teu amigo, meu cunhado, cheio de boa vontade me arranjou forma de subsistir. Sim, sou totalmente independente, mas levo uma vida de cão. Saídas à noite já eram... roupinha nova que de vez em quando faz falta é quase sempre impossivel de comprar. Mas apesar de tudo sou feliz, e olhando para esse ano de 2007 vejo-me tão pequenina, tão ignorante/inocente, tão indefesa, tão crédula, tão cheia de sonhos, sonhos esses que por talvez pelo facto das minhas prioridades terem mudado, a pouco e pouco se perdem, a pouco e pouco se desvanecem dando lugar a novas ambições, a novos podiums que um dia ainda quero conquistar.

E foi assim que me tiveste. Totalmente indefesa. Ainda não consegui perceber o que fomos um para o outro nesse verão. Mas hoje sei que nunca me quiseste mal. Muito pelo contrário, lembro-me de quando me ligavas todos os dias à tardinha, depois de eu chegar da praia, para me perguntares se eu estava bem e que se precisasse de alguma coisa era só chamar por ti.

Lembro-me que pouco tempo depois de ter chegado a Estremoz após esses 15 dias na Costa Alentejana me teres mandado uma mensagem a dizer: "Anusca, nada nos obriga a nada, mas um dia gostava de perceber o teu silêncio".

Sei que mais cedo ou mais tarde vais ler isto, e espero que percebas agora o meu silêncio da altura.

Com 18 anos vi-me na aventura mais louca que já vivi. Tu bem mais velho que eu, com muita pedalada de vida já e com um rebento amoroso. Já nos conheciamos antes desse verão, e nunca, nunca esperei nada daquilo que vivemos, e para dizer a verdade nem sei muito bem como e porque começou.

Queria mesmo estar contigo. Mas será que estava preparada para tudo aquilo? "Aquilo" que eu nem sei bem o que podia ter sido, nunca falamos sobre tal, nunca tivemos tempo para isso. Foi tudo muito rápido e fugaz, e talvez tenha sido esse o meu medo. De repente vi-me numa história em que nem sei como entrei e da qual nada percebia.

Depois entendi que o melhor seria afastar-me. Talvez tenha errado por não ter desabafado contigo, mas sabia lá eu o que fazer...

Espero que saibas, e sabes, que eu já te disse que "o trauma passou" e que não guardo qualquer ressentimento em relação a ti. Fizeste-me crescer. Obrigada L.E. Para ti um grande beijinho.

E já sabes... vai preparando lanchinhos que assim que o calor rebentar, começo a ir para a beach aí ao pé vou fazer questão de te visitar meu amigo :)

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