domingo, 5 de junho de 2011

Uma questão de postura


Tentei perceber o que me faz achar-te tão engraçado.
Descobri que é a tua postura.
A tua presença imponente.
O teu ar altivo, mas sempre caloroso.
Até nos momentos mais amargos...
A tua voz, mesmo com variações de tom, é agradável de se ouvir, um timbre grave docemente viciante.
Toda a tua linguagem corporal, destapa o teu instinto animal, que se não o tens, deixa-me então confessar-te que enganas bem.
Felino irritante, enervante, confuso, transcendental...
Pára de te apoderar do meu pensamento a cada segundo que passa.
Deixa-me descansar ainda que por umas horas.
Pára de me seduzir com essa tua dança misteriosa, enigmática.
Mostra-me agora quem és! Do que és capaz! Faz-me sentir. Vive-me.
Sê esse animal de que me falas... Estou farta de o imaginar.
Mostra-mo.
Do que tens medo?
Mas há alguma coisa a perder?
Não consigo recordar-me de nada!
Toma-me, consome-me, ama-me.
Respira-me se quiseres.
Mas faz alguma coisa.
Libertar-nos deste véu, a malha está a apertar, e o ar escasseia.
Despe-me estas amarradas ou despe-me deste sonho que me mortifica.
Mas não fiques uma vez mais parado ocioso, alimentando-me uma verdade inconcebível.
Mostra-te.
Deixa-me olhar para ti sem pressas.
Deixa-me olhar só para ti.
Ou então pára de me beber, de me consumir.

Agora.

[que os ponteiros já demoram]


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